14 May
VITAMINA D

Os efeitos do sol já eram conhecidos na antiguidade para o tratamento de várias doenças, sendo ele considerado um deus por diversos povos. A evolução do conhecimento médico obviamente não evidenciou tal divindade, mas comprovou os efeitos benéficos dos raios solares sobre o organismo humano. E, ao se apreciar a obra teatral de Edmond Rostand intitulada Chantecler (cujo protagonista é um galo que considera ser sua obrigação despertar diariamente o sol), depara-se com a o reconhecimento da importância do Astro Rei pelo animal que o admira: Ó sol, sem o qual as coisas não seriam senão o que elas são!  Essa frase admirativa vale não só para as belezas naturais, mas também para a saúde humana.

Não seria de se esperar que no Brasil – logo no Brasil, país tão ensolarado! – houvesse deficiência de Vitamina D, substância relacionada à exposição à luz natural desde há muitas décadas. Infelizmente, porém, as mudanças de hábitos levam muitas pessoas a não se exporem aos raios solares, mas a deficiência pode não se dever apenas a isso: os vícios alimentares também têm a sua parcela de contribuição.

Já na época dos médicos Galeno de Pérgamo e Sorano de Éfeso, nos tempos do Império Romano, o raquitismo era descrito. No século XVII a ocorrência de vários casos na Inglaterra chegou a fazer com que a moléstia fosse chamada doença inglesa, com incidência agravada durante a Revolução Industrial, quando as pessoas trabalhavam ao abrigo da luz solar.

No início do século XX diversos nutrientes passaram a compor o grupo das vitaminas, pois inicialmente achou-se que eram compostos químicos do grupo das aminas, com um detalhe: essenciais à vida (daí a origem do termo: aminas da vida, aminas vitais). As vitaminas passaram a ser designadas por letras do alfabeto, por vezes seguidas de números.

A associação da substância caracterizada como Vitamina D com a luz solar e com a formação dos ossos foi identificada precocemente, mas só na segunda metade do século XX estabeleceu-se que ela não seria propriamente uma “vitamina” no sentido inicial do termo, e sim um pró-hormônio, necessário à saúde óssea. Ela é sintetizada na pele sob ação de raios ultravioleta que agem sobre um precursor aí existente, gerando uma forma ainda inativa, que será convertida em ativa no fígado e nos rins) A vitamina é também encontrada em alimentos (ergocalciferol nos vegetais, e colecalciferol nos animais).

Nas crianças a deficiência de Vitamina D leva à deficiente mineralização dos ossos, causando o raquitismo. Nos adultos a deficiência grave leva à osteomalácia, com fraqueza nos ossos e alguns músculos, e risco aumentado de fraturas. Em mulheres menopausadas a deficiência pode resultar em menor absorção de cálcio com consequentes efeitos no desenvolvimento de osteoporose. A hipervitaminose D, típica de quem recebe elevadas doses dessa vitamina por ingestão ou por injeção (mas não pela exposição ao sol), pode levar à elevação do cálcio no sangue, com complicações nos rins e em outros órgãos.

As fontes alimentares de Vitamina D são principalmente os óleos de fígado de peixes e os derivados do leite, como manteiga e queijos gordurosos. Peixes como sardinha, atum e salmão, e cogumelos (principalmente se foram secos ao sol) são boas fontes, mas a melhor forma de melhorar a Vitamina D no organismo é mesmo o sol, ao menos meia hora iluminando o rosto e os braços quatro a cinco dias por semana (pessoas com pele mais escura necessitam maior tempo de exposição); mas, claro: sem o uso de filtro solar.

Quando se procede à avaliação laboratorial, em geral como consequência de uma consulta ao médico, a Vitamina D é quantificada no sangue por um teste simples que verifica a forma química 25-hidróxi-vitamina-D, ou simplesmente 25-OH-D (a outra forma química avaliada em laboratórios clínicos é a 1,25-di-hidroxi-vitamina-D, mas esta é restrita a certas investigações não rotineiras). Por vezes são também avaliados os níveis sanguíneos de cálcio e do hormônio da glândula paratireoide (paratormônio), substâncias que se relacionam à Vitamina D, mas a indicação de realizar ou não tal conjunto de determinações cabe ao médico, considerando a história clínica e o exame físico.

Muito se divulgou sobre supostos efeitos benéficos da Vitamina D sobre doenças crônicas, como diabetes, asma, cânceres diversos, doenças cardiovasculares, e até Doença de Alzheimer, mas isso não foi confirmado; o que está estabelecido é o efeito sobre o crescimento dos ossos e sua manutenção.


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